Especial Mês das Mães – Ornare

Notícias

Especial Mês das Mães

Transformando cada projeto em um gesto de cuidado prolongado, arquitetas revelam como o afeto materno inspira cada escolha no design de interiores.

Neste Dia das Mães, celebramos não apenas o vínculo afetivo que nos une às mulheres que nos deram a vida, mas também a forma como a experiência materna enriquece o design de interiores. Mais do que compor cenários, arquitetas-mães infundem aos projetos uma sensibilidade que alia empatia, cuidado e funcionalidade, transformando espaços em lares. A seguir, apresentamos uma reflexão sobre essa conexão íntima entre maternidade e criação de ambientes humanizados, ilustrada pelas trajetórias de profissionais que unem a vivência materna à prática arquitetônica.

A maternidade redefine o conceito de lar como refúgio e instituto de afeto. Planejar com o olhar de mãe é antecipar o cotidiano, equilibrando segurança, conforto e praticidade. Nesse contexto, detalhes que são aparentemente simples assumem valor emocional que complementam a decoração e acolhem quem habita o espaço.

“Minha mãe me ensinou, com gesto simples, que o lar vai além das paredes. É um lugar de afeto e cuidado com os outros.” — Norah Carneiro

O gesto materno é o alicerce do acolhimento, segundo a arquiteta, a maternidade despertou competências essenciais ao design de interiores — empatia, paciência, escuta e presença —, resultando em projetos profundamente alinhados às necessidades de cada família.

Para Ieda Korman, a herança materna de autonomia é elemento basilar em seus projetos. Crescida em um lar que valorizava a liberdade de ser, ela deposita em cada ambiente a possibilidade de múltiplas expressões individuais:

“Eu aprendi com as minhas filhas que hoje estão com mais de 40 anos, com carreiras distintas— da arquitetura à publicidade — e, ainda assim, nos une uma felicidade compartilhada pela pluralidade de pensamentos e conceitos.” –  Ieda Korman

Em suas composições, Ieda propõe espaços que abraçam a diversidade de perfis e comportamentos, garantindo que cada usuário encontre ali refúgio e identidade. Sua técnica convive em harmonia com elementos fluidos, criando cenários que se adaptam aos ritmos familiares, assim como a própria história de sua mãe a inspirou a fazer.

A maternidade reforça a atenção à funcionalidade cotidiana que vai de mãos dadas com o cuidado emocional, que se reflete em ambientes que são confortáveis, acolhedores e seguros com soluções que garantem o bem-estar físico sem abrir mão do aconchego. A arquiteta Fabiola Constantino ressalta que a prática de antecipar imprevistos virou hábito, seu trabalho exemplifica como unir estética e utilidade, valorizando acabamentos que suportam o uso intenso ao mesmo tempo que conferem sofisticação. Segundo Fabiola, essa mescla de vida real e beleza é justamente o que faz um projeto ser completo.

“Projetar com filhos me ensinou a criar planos B e C para cada espaço. Cada móvel é pensado para durar e servir a diferentes fases da família, sem perder elegância.” — Fabiola Constantino

Na visão de Tracy Motley, a maternidade confere propósito e continuidade ao empreendimento profissional. À frente da Impressions Design Group, em Houston, ela transformou o escritório em extensão de sua família, mesclando perspectivas geracionais para gerar projetos atemporais.

“A maternidade transformou completamente a forma como vejo o design, especialmente no que diz respeito à criação de espaços que realmente tenham alma de lar. Tornar-me mãe abriu meus olhos para o quanto um ambiente pode influenciar não só o físico, mas o bem-estar emocional de todos que vivem ali. Trata-se de criar um refúgio, um lugar onde cada canto acolhe e sustenta a vida — seja em um momento de silêncio ou na agitação da rotina familiar.” – Tracy Motley

Ao lado das filhas — Alli Ryan Winter, e Delaney Gruman, Tracy enriquece cada projeto com perspectivas variadas refletidos em décadas de tradição familiar em design, demonstrando que um projeto verdadeiramente humanizado nasce da convivência e do cuidado mútuo.

Rita Diniz enfatiza a importância de desacelerar e olhar com atenção. Para ela, cada lar deve narrar histórias e acolher rotinas, redimensionando a beleza a partir do afeto.

“No pessoal, foi a chance de experimentar um amor que transforma tudo. No profissional, me trouxe uma escuta mais atenta, uma sensibilidade maior para entender o que as pessoas realmente precisam em um lar” – Rita Diniz

Inspirada pelo olhar cuidadoso de sua própria mãe, Rita valoriza detalhes simples que tornam o lar um refúgio, lembrando que o verdadeiro conforto nasce desses pequenos afetos

Para ela, projetar é, antes de tudo, um ato de cuidado contínuo, onde a empatia maternal guia a criação de espaços vivos, capazes de acompanhar cada fase da vida familiar – “Se pudesse definir a casa perfeita para uma família em uma palavra, seria ‘afeto’. Porque é isso que torna qualquer espaço perfeito. Pode ser grande ou pequeno, colorido ou neutro — se tiver afeto, vira lar.”